Depois de longos oito anos de hiato, os caras voltaram nesse ano arrebentando as estruturas com o album "Nação Daltônica".
Minha faixa preferida é "Que te fez você", mas todo o album é realmente muito bom.
A Plebe Rude é como se fosse um tapa na cara que você toma pra ficar "esperto", pra ficar "ligado", pois num tempo onde só porcaria faz sucesso e a massa nunca foi tão alienada, é bom ver que uma banda não se vende ao comercial e mantém seus ideais transmitindo som e mensagem para essa juventude cada vez mais robótica e pseudo-politizada.
A Plebe Rude é como se fosse um tapa na cara que você toma pra ficar "esperto", pra ficar "ligado", pois num tempo onde só porcaria faz sucesso e a massa nunca foi tão alienada, é bom ver que uma banda não se vende ao comercial e mantém seus ideais transmitindo som e mensagem para essa juventude cada vez mais robótica e pseudo-politizada.
Para quem é fã da banda tem uma entrevista abaixo que eles deram para o site ZH Entretenimento:
Em tempos de domínio do funk e sertanejo, um disco roqueiro como Nação Daltônica ainda consegue atrair o público jovem?
Desde os primórdios da popularização do rock no Brasil, sempre tinha alguma "coisa" rondando, tentando homogeneizar tudo. Seja axé, samba "moderno", sertanejo e agora o fundo do poço, funk ostentação, exatamente o oposto de tudo o que pregamos nesses 30 anos. O disco acabou de sair, mas já deu para sentir o alívio de muita gente ao ver que nem todos da nossa geração foram atrás do ouro. Estamos em uma batalha cultural, e artistas como a Plebe têm que mostrar que vale a pena ter princípios. Por mais que insistam, não precisamos nivelar por baixo. Esse disco repete isso quase como um mantra. Ou isso, ou culturalmente estaremos condenados a consumir somente músicas que falam de "pegação", livros de autoajuda e filmes com vampiros.
Desde os primórdios da popularização do rock no Brasil, sempre tinha alguma "coisa" rondando, tentando homogeneizar tudo. Seja axé, samba "moderno", sertanejo e agora o fundo do poço, funk ostentação, exatamente o oposto de tudo o que pregamos nesses 30 anos. O disco acabou de sair, mas já deu para sentir o alívio de muita gente ao ver que nem todos da nossa geração foram atrás do ouro. Estamos em uma batalha cultural, e artistas como a Plebe têm que mostrar que vale a pena ter princípios. Por mais que insistam, não precisamos nivelar por baixo. Esse disco repete isso quase como um mantra. Ou isso, ou culturalmente estaremos condenados a consumir somente músicas que falam de "pegação", livros de autoajuda e filmes com vampiros.
Plebe Rude é uma das poucas bandas que ainda investem em crítica social e política. Por que essa veia contestatória se perdeu?
O rock virou business. Pop é um mal necessário, e até eu gosto de um pop bem feitinho. Mas tem que ter contraponto. Precisa ser tudo tão pobre? Somos da geração que teve músicas do Arnaldo Antunes, Renato Russo, da Plebe Rude tocando no rádio. Era material de qualidade, letras densas, com propósito. Sou produtor de muitos artistas independentes (de Guaíba, produzi os Superguidis) e me frustra muito saber que poucos chegarão ao grande público. Tem muito artista bom por aí, mas infelizmente a promessa da democratização da internet não se cumpriu. Então, vamos "comemorar feito idiotas", como o Renato cantava.
O rock virou business. Pop é um mal necessário, e até eu gosto de um pop bem feitinho. Mas tem que ter contraponto. Precisa ser tudo tão pobre? Somos da geração que teve músicas do Arnaldo Antunes, Renato Russo, da Plebe Rude tocando no rádio. Era material de qualidade, letras densas, com propósito. Sou produtor de muitos artistas independentes (de Guaíba, produzi os Superguidis) e me frustra muito saber que poucos chegarão ao grande público. Tem muito artista bom por aí, mas infelizmente a promessa da democratização da internet não se cumpriu. Então, vamos "comemorar feito idiotas", como o Renato cantava.
As críticas presentes nos primeiros álbuns da banda mantêm uma atualidade impressionante.
A cada show, vemos mais jovens na plateia. E não a geração órfã da MTV, que perdeu o critério vendo clipes de artistas nacionais com mais senso de estética do que propriedade. São jovens tão inquietos quanto éramos em Brasília. Estávamos à sombra do governo militar, tínhamos que mandar músicas para a censura e, quando não estávamos apanhando de playboys, apanhávamos da polícia. As canções que marcaram a música popular brasileira, seja da Plebe, da Legião ou do Aborto Elétrico, vieram de um lugar único, uma mistura de isolamento cultural, acesso às malas diretas das embaixadas e hormônios de adolescente… Por isso, filmes com milhões de espectadores foram feitos a respeito, teses foram escritas, duas gerações influenciadas, milhares de disco vendidos… Alguma coisa a gente fez certo.
A cada show, vemos mais jovens na plateia. E não a geração órfã da MTV, que perdeu o critério vendo clipes de artistas nacionais com mais senso de estética do que propriedade. São jovens tão inquietos quanto éramos em Brasília. Estávamos à sombra do governo militar, tínhamos que mandar músicas para a censura e, quando não estávamos apanhando de playboys, apanhávamos da polícia. As canções que marcaram a música popular brasileira, seja da Plebe, da Legião ou do Aborto Elétrico, vieram de um lugar único, uma mistura de isolamento cultural, acesso às malas diretas das embaixadas e hormônios de adolescente… Por isso, filmes com milhões de espectadores foram feitos a respeito, teses foram escritas, duas gerações influenciadas, milhares de disco vendidos… Alguma coisa a gente fez certo.
Desde 2004, a Plebe Rude conta com outro ícone do punk rock brasileiro, o Clemente. Clemente é um dos alicerces do rock nacional: e é ele quem adorna a capa do livro BRock 80, do Arthur Dapieve, junto com Cazuza, Renato Russo e Herbert Vianna. Nós o conhecemos em 1983, quando fomos a São Paulo para um show na lendária casa punk Napalm. Clemente trabalhava lá e nos buscou na rodoviária. A amizade foi instantânea. E vale lembrar que foi ele quem escreveu, ainda adolescente: "Nós estamos aqui para revolucionar a música popular brasileira, pintar de negro a Asa Branca, atrasar o Trem das Onze, pisar sobre as flores de Geraldo Vandré e fazer da Amélia uma mulher qualquer". Quem não quer um cara desses na Plebe?
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