insPIRADO
"Se o mundo é mesmo parecido com o que vejo, prefiro acreditar no mundo do meu jeito"
terça-feira, 23 de junho de 2015
A Cristofobia dos cristãos
Ola!
O assunto do momento na internet brasileira (pelo menos) é a briga ferrenha entre o Silas Malafaia e o jornalista Ricardo Boechat. As trocas de "gentilezas" de um para com o outro retratam o quanto estamos ficando enfadonhos num contexto geral de ser e a grande habilidade do ser humano em odiar.
Inicialmente, no caso de Boechat houve uma suposta "reação". Não vou apoiar um revide desse vindo de um homem estudado, comunicador, de certa forma até formador de opinião. Mas também não vou ser hipócrita de dizer que não faria o mesmo tendo a oportunidade.
Mas não quero prolongar esse assunto que você já deve estar de saco cheio de ler e de acompanhar (ou sei lá, está achando graça, vai saber). O que quero refletir é sobre a postura do primeiro, ou seja, o Sr. Silas Malafaia (que teria provocado a "ação" no caso).
A postura de um cristão (leia-se bem aqui que estou propositadamente ignorando sua posição de pastor, apesar de a meu ver ter mais peso em se tratando de postura, exemplo para os demais) deveria ser essa? Ok, ele é um ser humano e como tal está mais propenso a fazer merda do que acertar. O que quero dizer, é isso que Jesus Cristo ensinou?
Recentemente foi usado um termo para todo o "ódio" que têm se estabelecido contra os evangélicos ou mesmo cristãos: A "Cristofobia", que tecnicamente seria o repúdio a tudo que seja relacionado a Cristo e quem o segue. Na verdade estão tentando tornar isso um crime.
Mas espere um pouco... Essa tal "Cristofobia" existe mesmo, é um mito, está só na cabeça de quem a vê?
Até onde minha ignorância permite, desde os tempos mais remotos isso existe. A "Cristofobia"? Não, a intolerância.
A Bíblia conta que o povo de Israel foi para o Egito durante um período de carestia, graças ao papel importante que tinha José, vendido pelos irmãos, no governo daquele país (a história de José no Egito é contada pelo Gênesis, a partir do capítulo 37). Os filhos de Jacó entraram no Egito e “os israelitas foram fecundos e se multiplicaram; tornaram-se cada vez mais numerosos e poderosos, a tal ponto que o país ficou repleto deles” (Êxodo 1,7). O rei do Egito, que não conhecera José, ficou preocupado com o crescimento desse povo e decidiu limitar o seu poder e crescimento. “Portanto impuseram a Israel inspetores de obras para tornar-lhe dura a vida com os trabalhos que lhe exigiam. Foi assim que ele construiu para o Faraó as cidades-armazéns de Pitom e de Ramsés.” (Êxodo 1,11). Os descendentes de Jacó, contudo, cresciam em continuação. Então “os egípcios obrigavam os israelitas ao trabalho, e tornavam-lhes amarga a vida com duros trabalhos: a preparação da argila, a fabricação de tijolos, vários trabalhos nos campos, e toda espécie de trabalhos aos quais os obrigavam.” (Êxodo 1,13-14). Outra medida contra o povo de Israel foi a ordem do faraó para que as parteiras matassem os recém-nascidos, deixando sobreviver apenas as meninas. (Fonte: abiblia.org)
Apesar de alguns estudiosos contestarem essa versão da "escravidão" alegando que isso aconteceu em situações extremas como as grandes construções públicas, vemos que a perseguição aos cristãos acontece desde sempre e por diversos motivos.
A pergunta é: O que os hebreus, em especial Moisés que fora designado a liderar o povo na famosa passagem do Êxodo fizeram? Entraram em guerra campal e/ou verbal contra seus acusadores e opressores? Não, eles oraram a seu Deus pela liberdade e segundo a Bíblia obtiveram sucesso.
Com Jesus e seus apóstolos a história foi diferente? Não. Como Jesus foi violentamente morto e execrado pelos "religiosos" da época todo mundo está cansado de saber. E como morreram os apóstolos?
Tiago: Decapitado / André: Crucificado / Tiago: Lançado do pináculo do templo de Jerusalém e, a seguir, apedrejado até morrer / Mateus: Foi morto à espada / Bartolomeu: Amarrado a um saco e lançado ao mar ou esfolado / Simão: Martirizado até expirar / Tomé: Foi morto atravessado por uma lança / Judas Tadeu: Morreu cravado de flechas / Filipe: Enforcado num pilar do templo em Hierápolis / Pedro: Crucificado de cabeça para baixo / João: foi exilado na ilha de Patmos por ordem do imperador Domiciano. Morreu aos cem anos de idade, sendo o único dos apóstolos que teve morte natural. Segundo a tradição foi lançado num tacho de azeite fervendo de onde saiu ileso. (Fonte: http://www.sibpp.org.br).
Mortes terríveis, vidas pautadas no amor, na devoção a Deus através do bem ao próximo. Não há nenhum texto registrado na Bíblia onde algum dos apóstolos ou o próprio Jesus entrou em guerra ou protestou contra seus oponentes. Pelo contrário, eles conseguiram (sinceramente não sei como) não odiar os seus inimigos.
Então os cristão seriam "coitadinhos", e o que estou ponto em cheque e criticando é essa onda inversa dos últimos dias, ou seja, os cristãos cansaram de sofrer bullyng e estão contra-atacando. Nem um nem outro de certa forma.
Ninguém é coitadinho. Porque os cristãos foram perseguidos há seculos atrás e até hoje são mortos de forma terrível em lugares como a África, Oriente Médio e China por exemplo? Pelos seus ideias. E seus ideais são contrários aos da maioria vigente em cada local citado ou não. Isso é intolerância.
Mas vale lembrar também que a Igreja Católica na Idade Média mandou para a fogueira milhares de pessoas que eram consideradas hereges (praticante de heresias; doutrinas ou práticas contrárias ao que é definido pela Igreja Católica) por praticarem atos considerados bruxaria, heresia ou simplesmente por serem praticantes de outra religião que não o catolicismo. Também é intolerância.
Se a Cristofobia dos dias atuais existe, muito é causada e alimentada pelos próprios cristãos, que se não estão se expondo na grande mídia com ações e manifestações publicas de repúdio a outro seres humanos (gays por exemplo) alimentam e incentivam essa prática adotada por "pastores-políticos" que com a justificativa de "brigar pela instituição da família" estão entrando em confronto direto e fazendo exatamente o contrário do que foi pregado por Jesus: Amar o próximo como a si mesmo.
Até no momento em que estava sendo crucificado Jesus orou a Deus pedindo perdão pelos seus opressores e (repito, não sei como) demonstrando compaixão. Que exemplo de ser humano! (Propositadamente deixo de lado a figura divina do Cristo para mostrar que ali havia sim um ser humano de carne e osso, dotado dos mesmos sentimentos que você).
Não vou citar a garota que foi apedrejada ao sair de um culto do candomblé atribuindo a um cristão o ato cometido, até porque não há como se provar (mesmo sabendo que um seria capaz, basta querer). É só você entrar em alguma postagem que fale sobre sexo, relações homo afetivas ou algo que vá contra o conceito "cristão" que verá uma enxurrada de comentários de pessoas desejando o mal ao próximo, do tipo: "Vocês vão queimar no fogo eterno", ou "Que Deus pese a mão" ou qualquer manifestação carregada de ressentimento e raiva.
Meu caro cristão, você não precisa aprovar algo que vá contra sua ideologia. Mas respeitar é um princípio básico para um bom convívio em sociedade, fora que se você ler a Bíblia vai ver que Jesus não ensinou nada além de coisas baseadas no amor, inclusive enfatizando que amar quem você ama é muito fácil, a prova realmente está em amar quem te desagrada.
Você mesmo com suas ações (a carapuça está aí à disposição) causa repúdio e descontentamento das demais pessoas. Sou prova disso. Fui cristão (praticante) durante boa parte da minha vida, e quando parei de ir (deixei de ser cristão? Será?) fui tratado como marginal, com olhos de reprovação e falta de amor.
As pessoas hoje imploram para eu visitar a igreja, mas na hora de ajudar o próximo são as primeiras a se esquivar. Cadê o exemplo? Onde estão as pessoas que intercedem pela vida dos "pecadores"? Engaiolados dentro de uma igreja ou atacando a sociedade?? Pense nisso. Você mataria a "Cristofobia" com um simples gesto de amor.
A reflexão foi longa, mas vou finalizar. Se você que não é cristão e/ou não vai a uma igreja porque acha que todo pastor é ladrão, você é um otário. Ser "ladrão" não é pré-requisito para ser pastor. Pare de ser robô e pensar como a massa. Quebrar objetos religiosos e/ou ofender uma pessoa pelo fato dela acreditar em Deus não te torna ateu, mas sim otário novamente. O mesmo princípio básico do respeito serve pra você também.
Encerro com o grande Renato Russo: "Quem me dera ao menos uma vez entender como esse mesmo Deus ao mesmo tempo é três. Esse mesmo Deus foi morto por vocês. E essa maldade então deixaram um Deus tão triste"
Abraços,
Lian
domingo, 14 de junho de 2015
Segunda-feirafobia
Ola!
Final de semana acabando, segunda-feira logo ali... e mais uma semana de labuta se aproxima.
Você já parou para pensar como essa rotina (esperar o "fds", viver as 48h do "fds" sofrer com o fim do domingo e vislumbrar mais uma longa semana até o próximo "fds") é maçante? Tenho certeza que sim.
Para muitos, o inicio de uma nova semana e o fim de mais um período de descanso nem é tão enfadonho assim. Para outros, a sensação é de estar "andando em círculos" e imaginar que passou tão rápido causa até fobia de acordar na segunda-feira e ter de encarar tudo de novo.
A questão é: O círculo vicioso existe, mas o que realmente conta nisso tudo?
O que quero dizer, a reflexão que te convido a fazer nesse momento é muito simples: O que você tem feito nesse período? Têm aproveitado a vida, têm desperdiçado a vida? Não tem feito porra nenhuma? Já parou para pensar que são 48 horas que por algum motivo obscuro passam numa velocidade totalmente diferente dos demais dias úteis? O que você têm feito realmente te satisfaz quando você deita a cabeça no travesseiro para dormir?
E suas segundas-feiras? Como são? Mau-humor? Aquela sensaçãozinha de que você é um robô ou aquela sensação de "meu, to pronto para encarar o dia"?!
Nem sempre dá para fazer tudo que realmente queremos, aproveitar ao máximo. Tem gente que consegue, e faz dos fds verdadeiras "aventuras" e momentos inesquecíveis. Em contrapartida tem pessoas que estão tão cansadas, exaustas mesmo por causa do trabalho, stress, problemas, a loucura do dia-a-dia que simplesmente só querem uma cama e nada mais. Ou mesmo você está submerso numa densidade tão grande de problemas, neuras e dores da alma que simplesmente quer se manter longe.
Independente de como seja o seu final de semana (ou dia de folga no meio de semana para quem tem escala de trabalho diferenciada), espero que seja bem vivido, pois a vida é uma só, e o tempo desperdiçado não volta. Como disse, nem sempre temos grana para curtir um cineminha, sair todo o tempo com os amigos ou mesmo comer aquela pizza gigante vendo TV. Talvez a família ou quem se ama está longe e não pode estar presente.
Se constantemente você tem aquela depressão ao pensar no fim do domingo e chegada do início da semana, tem algo errado. Que tal ouvir uma voz que tem dentro de você e começar a fazer um pouco do que você gosta? Ou mesmo descobrir novos gostos? Do contrário você está submerso até a cabeça na rotina e realmente estará "correndo atrás do próprio rabo" no final das contas.
Confesso que eu me sinto assim muitas vezes (com aquele gostinho amargo ao ver o Fantástico). Mas esse final de semana resolvi fazer algo novo e simples: Cozinhar. E gostei! Sempre fui uma negação na cozinha por pura preguiça mas descobri o quão revigorante, prazeroso e terapêutico é fazer algo novo, descobrir uma nova "habilidade". Foi massa! Minha mulher amou e apesar de todos os problemas nosso fds foi leve, divertido e gratificante. Acho que curei minha "segunda-feirafobia" dessa vez.
Se você estiver como eu: falido, doente, problemático e/ou com mais "adjetivos", faça algo novo, ou resgate algo do passado que te fazia sorrir, vibrar, sentir-se vivo. Não tem dinheiro? Leia um bom livro, descubra uma banda nova do seu gênero musical preferido (ou descubra novos gêneros musicais que acabe se identificando), veja aquele filme que já foi visto umas 150 vezes e em todas você caiu na gargalhada, se emocionou ou se borrou de medo.
Aproveite sua vida e vá mau-humorado para o trabalho na segunda-feira sim, porque só no mundo de Alice o transito e transporte público não enlouquecem ninguém. Mas que toda vez que você se lembrar de como foi o sábado e domingo, automaticamente venha um sorrisinho no canto da sua boca que só você saberá o que é...
Final de semana acabando, segunda-feira logo ali... e mais uma semana de labuta se aproxima.
Você já parou para pensar como essa rotina (esperar o "fds", viver as 48h do "fds" sofrer com o fim do domingo e vislumbrar mais uma longa semana até o próximo "fds") é maçante? Tenho certeza que sim.
Para muitos, o inicio de uma nova semana e o fim de mais um período de descanso nem é tão enfadonho assim. Para outros, a sensação é de estar "andando em círculos" e imaginar que passou tão rápido causa até fobia de acordar na segunda-feira e ter de encarar tudo de novo.
A questão é: O círculo vicioso existe, mas o que realmente conta nisso tudo?
O que quero dizer, a reflexão que te convido a fazer nesse momento é muito simples: O que você tem feito nesse período? Têm aproveitado a vida, têm desperdiçado a vida? Não tem feito porra nenhuma? Já parou para pensar que são 48 horas que por algum motivo obscuro passam numa velocidade totalmente diferente dos demais dias úteis? O que você têm feito realmente te satisfaz quando você deita a cabeça no travesseiro para dormir?
E suas segundas-feiras? Como são? Mau-humor? Aquela sensaçãozinha de que você é um robô ou aquela sensação de "meu, to pronto para encarar o dia"?!
Nem sempre dá para fazer tudo que realmente queremos, aproveitar ao máximo. Tem gente que consegue, e faz dos fds verdadeiras "aventuras" e momentos inesquecíveis. Em contrapartida tem pessoas que estão tão cansadas, exaustas mesmo por causa do trabalho, stress, problemas, a loucura do dia-a-dia que simplesmente só querem uma cama e nada mais. Ou mesmo você está submerso numa densidade tão grande de problemas, neuras e dores da alma que simplesmente quer se manter longe.
Independente de como seja o seu final de semana (ou dia de folga no meio de semana para quem tem escala de trabalho diferenciada), espero que seja bem vivido, pois a vida é uma só, e o tempo desperdiçado não volta. Como disse, nem sempre temos grana para curtir um cineminha, sair todo o tempo com os amigos ou mesmo comer aquela pizza gigante vendo TV. Talvez a família ou quem se ama está longe e não pode estar presente.
Se constantemente você tem aquela depressão ao pensar no fim do domingo e chegada do início da semana, tem algo errado. Que tal ouvir uma voz que tem dentro de você e começar a fazer um pouco do que você gosta? Ou mesmo descobrir novos gostos? Do contrário você está submerso até a cabeça na rotina e realmente estará "correndo atrás do próprio rabo" no final das contas.
Confesso que eu me sinto assim muitas vezes (com aquele gostinho amargo ao ver o Fantástico). Mas esse final de semana resolvi fazer algo novo e simples: Cozinhar. E gostei! Sempre fui uma negação na cozinha por pura preguiça mas descobri o quão revigorante, prazeroso e terapêutico é fazer algo novo, descobrir uma nova "habilidade". Foi massa! Minha mulher amou e apesar de todos os problemas nosso fds foi leve, divertido e gratificante. Acho que curei minha "segunda-feirafobia" dessa vez.
Se você estiver como eu: falido, doente, problemático e/ou com mais "adjetivos", faça algo novo, ou resgate algo do passado que te fazia sorrir, vibrar, sentir-se vivo. Não tem dinheiro? Leia um bom livro, descubra uma banda nova do seu gênero musical preferido (ou descubra novos gêneros musicais que acabe se identificando), veja aquele filme que já foi visto umas 150 vezes e em todas você caiu na gargalhada, se emocionou ou se borrou de medo.
Aproveite sua vida e vá mau-humorado para o trabalho na segunda-feira sim, porque só no mundo de Alice o transito e transporte público não enlouquecem ninguém. Mas que toda vez que você se lembrar de como foi o sábado e domingo, automaticamente venha um sorrisinho no canto da sua boca que só você saberá o que é...
quinta-feira, 11 de junho de 2015
Plebe Rude: Exceção da Regra
Cara, se tem uma banda que é espetacular e que consegue manter uma coerência e autenticidade musical é a Plebe Rude. Com suas letras politizadas e seu punk/post-punk afiado, eles estão mais vivos e dentro do contexto do que nunca.
Depois de longos oito anos de hiato, os caras voltaram nesse ano arrebentando as estruturas com o album "Nação Daltônica".
Depois de longos oito anos de hiato, os caras voltaram nesse ano arrebentando as estruturas com o album "Nação Daltônica".
Minha faixa preferida é "Que te fez você", mas todo o album é realmente muito bom.
A Plebe Rude é como se fosse um tapa na cara que você toma pra ficar "esperto", pra ficar "ligado", pois num tempo onde só porcaria faz sucesso e a massa nunca foi tão alienada, é bom ver que uma banda não se vende ao comercial e mantém seus ideais transmitindo som e mensagem para essa juventude cada vez mais robótica e pseudo-politizada.
A Plebe Rude é como se fosse um tapa na cara que você toma pra ficar "esperto", pra ficar "ligado", pois num tempo onde só porcaria faz sucesso e a massa nunca foi tão alienada, é bom ver que uma banda não se vende ao comercial e mantém seus ideais transmitindo som e mensagem para essa juventude cada vez mais robótica e pseudo-politizada.
Para quem é fã da banda tem uma entrevista abaixo que eles deram para o site ZH Entretenimento:
Em tempos de domínio do funk e sertanejo, um disco roqueiro como Nação Daltônica ainda consegue atrair o público jovem?
Desde os primórdios da popularização do rock no Brasil, sempre tinha alguma "coisa" rondando, tentando homogeneizar tudo. Seja axé, samba "moderno", sertanejo e agora o fundo do poço, funk ostentação, exatamente o oposto de tudo o que pregamos nesses 30 anos. O disco acabou de sair, mas já deu para sentir o alívio de muita gente ao ver que nem todos da nossa geração foram atrás do ouro. Estamos em uma batalha cultural, e artistas como a Plebe têm que mostrar que vale a pena ter princípios. Por mais que insistam, não precisamos nivelar por baixo. Esse disco repete isso quase como um mantra. Ou isso, ou culturalmente estaremos condenados a consumir somente músicas que falam de "pegação", livros de autoajuda e filmes com vampiros.
Desde os primórdios da popularização do rock no Brasil, sempre tinha alguma "coisa" rondando, tentando homogeneizar tudo. Seja axé, samba "moderno", sertanejo e agora o fundo do poço, funk ostentação, exatamente o oposto de tudo o que pregamos nesses 30 anos. O disco acabou de sair, mas já deu para sentir o alívio de muita gente ao ver que nem todos da nossa geração foram atrás do ouro. Estamos em uma batalha cultural, e artistas como a Plebe têm que mostrar que vale a pena ter princípios. Por mais que insistam, não precisamos nivelar por baixo. Esse disco repete isso quase como um mantra. Ou isso, ou culturalmente estaremos condenados a consumir somente músicas que falam de "pegação", livros de autoajuda e filmes com vampiros.
Plebe Rude é uma das poucas bandas que ainda investem em crítica social e política. Por que essa veia contestatória se perdeu?
O rock virou business. Pop é um mal necessário, e até eu gosto de um pop bem feitinho. Mas tem que ter contraponto. Precisa ser tudo tão pobre? Somos da geração que teve músicas do Arnaldo Antunes, Renato Russo, da Plebe Rude tocando no rádio. Era material de qualidade, letras densas, com propósito. Sou produtor de muitos artistas independentes (de Guaíba, produzi os Superguidis) e me frustra muito saber que poucos chegarão ao grande público. Tem muito artista bom por aí, mas infelizmente a promessa da democratização da internet não se cumpriu. Então, vamos "comemorar feito idiotas", como o Renato cantava.
O rock virou business. Pop é um mal necessário, e até eu gosto de um pop bem feitinho. Mas tem que ter contraponto. Precisa ser tudo tão pobre? Somos da geração que teve músicas do Arnaldo Antunes, Renato Russo, da Plebe Rude tocando no rádio. Era material de qualidade, letras densas, com propósito. Sou produtor de muitos artistas independentes (de Guaíba, produzi os Superguidis) e me frustra muito saber que poucos chegarão ao grande público. Tem muito artista bom por aí, mas infelizmente a promessa da democratização da internet não se cumpriu. Então, vamos "comemorar feito idiotas", como o Renato cantava.
As críticas presentes nos primeiros álbuns da banda mantêm uma atualidade impressionante.
A cada show, vemos mais jovens na plateia. E não a geração órfã da MTV, que perdeu o critério vendo clipes de artistas nacionais com mais senso de estética do que propriedade. São jovens tão inquietos quanto éramos em Brasília. Estávamos à sombra do governo militar, tínhamos que mandar músicas para a censura e, quando não estávamos apanhando de playboys, apanhávamos da polícia. As canções que marcaram a música popular brasileira, seja da Plebe, da Legião ou do Aborto Elétrico, vieram de um lugar único, uma mistura de isolamento cultural, acesso às malas diretas das embaixadas e hormônios de adolescente… Por isso, filmes com milhões de espectadores foram feitos a respeito, teses foram escritas, duas gerações influenciadas, milhares de disco vendidos… Alguma coisa a gente fez certo.
A cada show, vemos mais jovens na plateia. E não a geração órfã da MTV, que perdeu o critério vendo clipes de artistas nacionais com mais senso de estética do que propriedade. São jovens tão inquietos quanto éramos em Brasília. Estávamos à sombra do governo militar, tínhamos que mandar músicas para a censura e, quando não estávamos apanhando de playboys, apanhávamos da polícia. As canções que marcaram a música popular brasileira, seja da Plebe, da Legião ou do Aborto Elétrico, vieram de um lugar único, uma mistura de isolamento cultural, acesso às malas diretas das embaixadas e hormônios de adolescente… Por isso, filmes com milhões de espectadores foram feitos a respeito, teses foram escritas, duas gerações influenciadas, milhares de disco vendidos… Alguma coisa a gente fez certo.
Desde 2004, a Plebe Rude conta com outro ícone do punk rock brasileiro, o Clemente. Clemente é um dos alicerces do rock nacional: e é ele quem adorna a capa do livro BRock 80, do Arthur Dapieve, junto com Cazuza, Renato Russo e Herbert Vianna. Nós o conhecemos em 1983, quando fomos a São Paulo para um show na lendária casa punk Napalm. Clemente trabalhava lá e nos buscou na rodoviária. A amizade foi instantânea. E vale lembrar que foi ele quem escreveu, ainda adolescente: "Nós estamos aqui para revolucionar a música popular brasileira, pintar de negro a Asa Branca, atrasar o Trem das Onze, pisar sobre as flores de Geraldo Vandré e fazer da Amélia uma mulher qualquer". Quem não quer um cara desses na Plebe?
Fala galera!
Depois de alguns anos escrevendo em meu caderno resolvi voltar e expor meu mundo a vocês.
Aqui vou postar comentários sobre os acontecimentos atuais, vou falar sobre musica, cinema, literatura e o que mais der vontade, tudo sob minha ótica nada convencional.
Bom, espero que curtam e me visitem sempre.
Lian M. V.
Depois de alguns anos escrevendo em meu caderno resolvi voltar e expor meu mundo a vocês.
Aqui vou postar comentários sobre os acontecimentos atuais, vou falar sobre musica, cinema, literatura e o que mais der vontade, tudo sob minha ótica nada convencional.
Bom, espero que curtam e me visitem sempre.
Lian M. V.
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